Pecados que cometemos nas Redes Sociais (e não percebemos)

mulher com unha pintada de vermelho segurando um celular sentada à mesa com xícara de café
mulher com unha pintada de vermelho segurando um celular sentada à mesa com xícara de café

Olá queridos amigos leitores, tudo bem?

Quero trazer a reflexão um assunto que tem sido algo muito frequente no meu relacionamento com Deus, não pensando apenas nas pessoas ao meu redor, mas também trabalhando constantemente meu caráter. Quando falamos de pecados voltados as redes sociais, geralmente falamos de pornografia e fotos indecentes, mas com certeza há atitudes que temos online que também expressam os pecados de nosso coração e pouco se fala sobre isso, provavelmente porque o orgulho de assumir as falhas seja maior que o de assumir e refletir sobre isso. Então, espero que isso seja de grande utilidade para todos nós.

Desde que a situação de isolamento começou, comecei a perceber como os conflitos humanos tornaram-se mais intensos nas redes sociais. O que antes era mero aparecimento e de fácil resolução ao ver as pessoas cara a cara, tornou-se motivo de problemas pessoais. Por isso, quero pensar com vocês sobre os “pecados” que irei pontuar, e assim será muito mais fácil de se encontrar a raiz do problema e criar uma vivência digital mais leve e feliz.

Então antes de tudo, reflita:

– Você já deu aquela indireta nas redes sociais em alguém que não gosta ou frequentemente acha motivos para criticar?
– Já ficou procurando sobre a vida de alguém só para “fofocar” sobre a pessoa com seus amigos?
– Ou até já provocou as pessoas e criou conflitos em comentários e posts para ver a reação do outro a fim de gerar ira nesta pessoa?

Se você disse sim ou até se identificou pela vontade de fazer uma dessas alternativas, se prepara que esse texto não só é para você, como é justamente para tratar seu caráter.

Um certo dia vi uma imagem em uma rede social que comparava cada site e aplicativo que acessamos a um pecado capital, como por exemplo o Instagram como gula, o LinkedIn como soberba e pasmem, o Facebook como inveja, pode isso?

Depois disso, tive um acampamento sobre nosso cristianismo na internet, mas esse foi só o começo da minha reflexão sobre a nossa relação com o mundo digital, e comecei a pensar sobre algo além, que inicia-se em nossas relações sociais pela internet, e como pecamos seja publicamente, ou internamente, e claro, como podemos nos orientar por respostas bíblicas para trabalhar nosso caráter e sermos luz nas redes sociais?

Então vamos aos tópicos:

Indiretas
Infelizmente um dos problemas mais comuns na interação das redes sociais são as indiretas. Este tipo de atitude é baseado na intenção de ofender ou causar desconforto a alguém, bem como um método muito comum de pessoas que querem conquistar alguém e não sabe como falar com a pessoa de modo direto.
Apesar deste tipo de atitude ser visto pelo humor ou até pela falsa ideia de correção eficaz, isso tende a gerar feridas em quem entendeu a mensagem, além de soar como um meio infantil quando trata-se de conquistar alguém.
As indiretas podem ser vistas nos mais diversos contextos nas redes sociais, mas é um método muito ruim de transmitir uma mensagem, levando em conta que na maioria das vezes ela é uma dor mal resolvida em nosso coração que procuramos meios de suprir com a falsa ideia de “meu recado foi dado, aceite que dói menos”, justamente por isso é uma atitude egoísta e que devemos sim trabalhar nosso coração todas as vezes que abrimos nossas redes sociais e nos deparamos com o que não gostamos ou não concordamos.

Solução: Em Tiago 1:26, é bem lembrado sobre refrear a língua, logo, se nossas redes sociais são a extensão da língua, isso significa que refrear nossas palavras também são um meio de manter a língua no lugar e não manchar o testemunho de cristãos que tanto dizemos ser.
Quando sentir o desejo de postar uma indireta, coloque-a em modo privado, fique uma semana orando pela pessoa que você iria provocar e depois volte e veja o absurdo que você cometeria, se coloque no lugar da pessoa e finalmente, apague o que você pretendia dizer. O método mais eficaz de “dar uma lição” é sendo amoroso e ajudando alguém pela palavra de Deus, e não por palavras rudes que irão ferir alguém sem a menor necessidade.

Stalker
Este termo em inglês significa “perseguir”. No começo da era da internet, falar de ser stalker era algo para detetives, mestres do crime e pessoas perigosas, mas hoje, tornou-se um vício.
Quando pensamos em nosso passado, sabemos que mudamos e evoluímos como pessoa, mas quando perseguimos alguém olhando todo o passado dela nas redes sociais, não temos a mesma consideração, e isso abre espaço para iras, raiva e julgamentos que poderiam ser evitados de maneira simples.
Infelizmente o desejo de investigar a vida das pessoas pode se tornar um pecado, não porque a outra pessoa era pecadora, mas porque ela se arrependeu, e você começou a pecar pelo pecado dela.

“Mas Rebeca, se ela me faz pecar então ela é errada também”

Então, já parou para pensar que só o fato de “perseguir” alguém é um absurdo? Pois é, este alguém é você, então o pecado do outro jamais poderá justificar sua imprudência. Não importa que você gosta de uma pessoa, que você quer defender um amigo de namorar uma pessoa que você não gosta ou simplesmente porque a pessoa é nova na igreja, NADA justifica isso.

Solução: Em Mateus 5:29-30 está retratando sobre cobiça, e neste caso o vício em procurar as pessoas trata-se justamente de se importar com o outro além do necessário, e pior, com intenções pecaminosas. Então para não arrancar seu olho, desligue sua internet, coloque os joelhos no chão e ore por quem você persegue.
A bíblia nos ensina a orar por quem nos persegue, mas se o maior vilão é aquele que você encontra no espelho, então está mais que na hora que derrotá-lo. Cristo deve ser soberano em seu coração, não seu ego. Não deixe que o desejo de julgar alguém ou se perseguir alguém, esteja acima da soberania de Deus.

Haters
Eu sempre achei que o termo “hater” que em inglês significa “ódio” referia-se apenas a pessoas que criam brigas e geralmente fazem parte de grupos políticos extremistas ou adolescentes mal intencionados. Porém, após um mal entendido nas redes sociais, comecei a perceber que nós, pessoas “comuns” também podemos dar brecha para se tornar um Hater ou atrair um para nosso perfil nas redes sociais.
O ódio não é causado apenas por um insulto, ele pode ser algo gerado em pequenos textos, mensagens rápidas e tweets que as pessoas compartilham com o intuito de trazer alguma reflexão e que, propositalmente, nos geram ódio. O mais comum são brigas políticas, mas já vi até autoridades na igreja incentivando piadas machistas, de duplo sentido e extremamente pecaminosas, disfarçadas de “piadas saudáveis” mas que possuem uma mensagem bastante imprudente por trás. O resultado disto, são desavenças, comentários ofensivos e longas discussões baseadas em uma análise rasa de alguma publicação que se fosse compartilhada no privado, jamais causaria problemas.
E justamente por causa destas pequenas imprudências é que podemos nos tornar um hater sem perceber, já que depois de consumir tantas informações ruins, a gota d’água acaba fazendo o copo se transbordar na primeira piada de mau gosto que aparecer na sua timeline.

Solução: 

A solução é gradativa, lidar com o ódio vai exigir um processo mais cauteloso, por isso vamos as orientações:
– Deixe de seguir pessoas que alimentam seu ódio – Isso inclui amigos, familiares e se necessário, até seu namorado/cônjuge.
O Facebook não interage de acordo com o que você gosta mais, mas o que você interage mais – ou seja, se você lê páginas que te deixam revoltado, o algoritmo vai entender que você possui interesse, pois ele não sabe o que é positivo ou negativo, apenas que você entrou, comentou, reagiu ou compartilhou. Logo, desativar notificações do que você não gosta torna-se essencial no trabalhar do seu coração;
– Faça um detox – Se as redes sociais não são necessárias em seu trabalho, exclua tudo por algumas semanas e aprenda a lidar com a simplicidade, isso ajuda a perceber que certas notícias são fúteis, e você vai começar a valorizar muito mais o real e as pequenas coisas boas do dia;
Peça perdão a quem você causou desavenças – Ore por essa pessoa e tire o orgulho de seu coração. Infelizmente ficamos cego pelas informações enviesadas e isso pode distorcer nosso modo em enxergar as pessoas, ferindo amizades ou possíveis amizades por basear o caráter delas em um post;
– Recomece – Não tem nada errado em administrar suas redes sociais e começar de novo, se necessário, crie um novo perfil e administre quem você irá acompanhar posts, quem realmente irá seguir, deste modo, você consegue controlar o que olhar e evitar pecar.

Em Tiago 3 temos um texto extremamente didático acerca de refrear a língua, fechando com uma passagem que diz respeito a este post, no versículo 18 onde está escrito: “O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores.” Logo, se somos cristãos, devemos plantar paz, e assim poderemos ser capazes de colher justiça. Quanto tiramos o ódio pela raiz e plantamos paz, nossos frutos demonstram isso, do contrário, viveremos sem paz no coração e muitas desavenças.

Vaidade
Há uma diferença entre pessoas comuns que usam as redes sociais e profissionais do meio digital que são os famosos influencers, e precisamos falar sobre isso.
Quando falamos de vaidade nas redes sociais, precisamos entender que há pessoas que trabalham profissionalmente, e pessoas que postam apenas por hobby.
Com a quarentena, muitos profissionais começaram a criar perfis de trabalhos, e o que antes era apenas receber um like, transformou-se na renda e mudou a vida de muitas famílias que estavam desempregadas.
Porém, há pessoas que ao ver perfis que estão em ascensão, querem competir, ter mais likes e seguidores, e tornam o ambiente de trabalho de alguns, um verdadeiro problema. Por isso, avalie as intenções do seu coração ao postar.
Você posta apenas por diversão? Se sim, o que você tem ensinado as pessoas com isso? Você tem falado coisas que remetem ao cristianismo, ou apenas sendo pedra de tropeço? Sua intenção é chamar a atenção de alguém, ou glorificar ao Senhor agradecendo por um momento feliz onde a foto foi tirada? E ao interagir com outros perfis, você tem buscado difamar a imagem das pessoas, ou abençoar e ajudá-las?
A vaidade está presente no excesso de maquiagem, nas roupas que ferem a santidade de Cristo, nos comentários ofensivos e mal educados, no famoso “segue e deixa de seguir” para ter números altos de seguidores dentre outros aspectos. Tudo o que te exalta e não ajuda ninguém ao seu redor, torna-se vaidade nas redes sociais. Todo o deslike no Youtube, toda a difamação de uma empresa para prejudicar a reputação dela e todas as poucas estrelas dadas em uma página só para afetar o desempenho de alguém são sim vaidade. É um meio de você se mostrar tão superior que não mede esforços para ver o outro mal. Uma vingança disfarçada de vitimismo a fim de ganhar atenção das pessoas, que no fundo, só mostram a falta de caráter dentro de um monte de legalismos.

Solução: Ore, recomece, limpe sua mente e coração e no lugar de se fazer de vítima, pense em como agir com misericórdia. Tenha amor quando o ódio tentar consumir seu coração, e se afaste quando sabe que o desejo de pecar contra alguém é maior do que o desejo de ser amável e cristão. Se suas práticas nas redes sociais não mostrarem uma verdadeira transformação de Cristo em você, não adianta NADA postar versículos e citações de livros cristãos, pois o seu caráter nega TUDO o que você tem dito. Isso pode até afetar a decisão de pessoas em aceitar a Cristo como Salvador. Você acha mesmo que vale a pena abrir mão disso pelo prazer miserável de prejudicar alguém? Então repense o cristianismo que você acredita.
Lembre-se de Salmos 51:10, e busque um coração puro; Também traga a memória Mateus 18:8 sobre o quão sério é ser pedra de tropeço e finalmente, o versículo chave deste tópico é Filipenses 2:3, lembrando de considerar aos outros superiores a si mesmo. Abra mão da vaidade, do egoísmo e tire de vista qualquer parte de si que o faça se tornar um empecilho na vida das pessoas para fins egoístas.

Golpes
Com toda a situação causada pela pandemia, muitas pessoas foram atrás de renda extra para garantir seu sustento, e com isso, esquemas de pirâmides, vendas digitais e até correntes colaborativas ganharam força. Infelizmente com isso uma série de crimes digitais começaram a acontecer com tanta naturalidade, que cheguei a presenciar não uma, mas várias pessoas cristãs se envolvendo em crimes como a criação de roletas de dinheiro e vendas de cursos online. Se fosse entrar em detalhes, a parte de golpes seria um texto isolado, mas acho importante alertar.
Há pessoas oferecendo cursos de como ganhar dinheiro fácil e compartilhando seu saldo na internet, porém, na maioria das vezes isso é um golpe combinado e quem vende os cursos não percebe o quanto ela está se prejudicando. Do mesmo modo as roletas, que alegam ser um meio de várias pessoas ganharem dinheiro toda a semana, mas na realidade, isso é um crime que pode levar várias pessoas para a cadeia sem elas ao menos saberem que estão cometendo um crime.

Solução: Golpes são tão repugnantes quanto roubos e furtos, e não devem ser incentivados nas igrejas. Se as pessoas precisam de ajuda, criem vaquinhas, rifas e atividades lícitas para tal, mas em hipótese alguma incentive uma corrente colaborativa sem saber a origem e saber se de fato é algo confiável.
Ainda que os tempos sejam difíceis, não ceda as tentações do mundo, pois dinheiro fácil nunca foi algo aceitável nem na palavra. Na guerra contra os amalequitas, Saul foi orientado a destruir toda a cidade, mas seu desejo de enriquecer o fez pecar, poupando bens que o traria vantagens financeiras. (1 Samuel 15:9).
Não podemos tirar proveito de situações ilícitas com base no medo ou na soberba. Confie no Senhor, se esforce e busque os meios corretos de gerar renda, com certeza Deus será amoroso e cuidadoso, e fará prosperar não pensando em carros e conta bancária cheia, mas fará seu coração se transbordar de alegria e prazer na obediência, e com certeza com isso, o demais será acrescentado (Salmos 37:5).

Hipocrisia
Falamos algo, agimos de outro modo, isso infelizmente é muito comum. Quando estamos nas redes sociais isso torna-se ainda mais evidente, já que é muito fácil nos atrairmos por postagens engraçadas e pensar “nossa, isso é muito eu” sendo que você nunca nem pensou no que viu.
É difícil conciliar quem somos na vida real com o que falamos nas redes sociais, e isso nos faz perceber que somos duas personalidades e está errado. Se não damos nem bom dia para alguém na rua mas curtimos a foto dela, qual é o sentido de ter esta pessoa na rede social?
A hipocrisia é uma característica pecaminosa que vemos desde a bíblia, e se intensificou com as redes sociais, então, precisamos reavaliar o que falamos e pensar sempre antes de publicar alguma coisa.

Solução: Sempre pense “Eu vou praticar o que estou dizendo? Isso condiz com as minhas atitudes do dia a dia?” e também “Eu vou glorificar a Deus falando isso? Vou agregar algo para o bem?” Se em uma das perguntas a resposta for não, então não faça. É melhor não falar nada e perder possíveis likes, do que sair como alguém hipócrita e causar ódio, indiretas, e outros problemas que já falamos anteriormente.
Se trabalhamos nosso caráter, isso vai ficar expresso seja nas mensagens, seja em não postar com frequência. E para quem é influencer ou trabalha com redes sociais, a cobrança é maior. Não venda algo dizendo ser uma coisa e entregando outra, não engane as pessoas, não as faça se sentir mal com elas mesmas criando modelos absurdos de padrões de beleza e estilos de vida, seja verdadeiro e automaticamente, você será muito mais cristão.
Os versículos de Salmos 32: 2-5 é excelente para compreender o sentimento do salmista ao se mostrar aliviado por ser verdadeiro diante de Deus, e devemos seguir este exemplo; Mateus 15: 7-9 ainda nos lembra sobre a hipocrisia dos homens que falam da Palavra e não as praticam, além de uma série de textos que repreendem a hipocrisia. Mas no lugar de lembrar apenas as exortações, quero lhe trazer a memória que se arrepender e mudar, será tão eficaz, que você se sentirá mais leve.

Poderíamos fazer um livro só refletindo sobre estes assuntos, mas espero que tais pecados já sejam motivos o suficiente para nos avaliarmos como cristãos e buscarmos mudanças. Precisamos lembrar que os aparelhos eletrônicos hoje são extensão de nossas palavras. E o que estamos fazendo com isso? Cabe a nós pensar sobre, à luz das Escrituras.
Pensou em mais temas para trabalhar nosso coração? Comente no post!

Que Deus te abençoe 🙂

As intenções do coração

mãos segurando um coração de papel. Pôr de sol laranja ao fundo
mãos segurando um coração de papel. Pôr de sol laranja ao fundo

Um dia nada estava dando certo, e por algum motivo, despejei toda a minha angústia em palavras duras com o meu melhor amigo. Apesar de tudo, ele calmamente falou ‘o que está acontecendo? Vejo que não está bem. Em um dia normal, você jamais falaria assim, me conta o que houve’. Ao ler aquelas palavras, cai em prantos, contei o problema e após o perdão, tive a tranquilidade que tudo iria melhorar.

Na ilustração acima, observamos amigos que realmente se conhecem, ao ponto de perceber ainda nas palavras, a real intenção do coração. E é sobre este assunto que iremos refletir hoje: Quais são as reais o intenções do nosso coração, e de que maneira podemos trabalhar biblicamente nossas dificuldades?

Quando pensamos em intenção do coração, logo nos vem em mente que se temos Cristo, nossas intenções serão boas em qualquer situação, e é impossível pensar que uma brincadeira, um comentário ou até uma conversa mais séria terá qualquer intenção que não seja a boa.

Pois bem, a bíblia mostra que até o homem segundo o coração de Deus foi capaz de pecar neste sentido, vamos a 2 Samuel 12, quando Natã repreende Davi pois, ao ilustrar uma situação de injustiça, Davi não pensou duas vezes ao condenar porém, até aquele momento não havia se dado conta do adultério que havia cometido. Ao perceber seu erro, Davi se arrepende e busca perdão, mas podemos observar claramente como o erro encoberto em seu coração o tornou alguém duro e injusto, mediante a tudo o que Deus estava abençoando.

A intenção do coração deve ser algo a ser observado diariamente, na bíblia temos muitas passagens que enfatizam o quanto isso é sério:

Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém.” (Gálatas 6:4)

O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?
‘Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras.’” (Jeremias 17:9-10)

Todos os caminhos do homem lhe parecem justos, mas o Senhor pesa o coração.” (Provérbios 21:2)

Em diferentes situações, os textos deixam claro o quanto devemos examinar nosso coração, o quanto ele é enganoso e o quanto para Deus, o que está em nosso coração importa e é avaliado.

Ao pensar nisso, apresento 3 possíveis situações onde devemos ter atenção as intenções do nosso coração.

  • Manipulação:

O ato de manipular não está necessariamente ligado a convencer alguém sobre uma escolha sua, mas também, em buscar causar nas pessoas exatamente aquilo que você deseja. Por exemplo, quando nos sentimos mal pelo modo como alguém nos trata e futuramente respondemos da mesma forma esperando que ela sinta o que sentimos, isso é um meio de manipulação. Quando a todo custo fazemos alguém tomar uma decisão com base no nosso ego, isso com certeza é manipulação. E sobre isso, a bíblia nos mostra em Mateus 5:38-39 em que Jesus mostra que, se alguém nos ferir, não devemos retribuir. No mesmo capítulo, Cristo enfatiza o quanto devemos ter amor aos nossos inimigos e orar por eles. Deste modo, avaliar o quanto queremos causar danos em alguém é um meio de prevenir problemas e principalmente, ser mais parecido com Jesus.

  • Segundas intenções:

Quando lembramos de Davi, percebemos o quanto suas tentações foram um gatilho para o adultério e depois, uma série de consequências dos seus erros, justamente porque segundas intenções estão diretamente ligadas a tudo aquilo que nos leva a ser tentados pelo nosso próprio pecado. Uma situação muito comum ocorre quando alguém está orando por uma pessoa e de repente, se torna amiga do ciclo de amigos da pessoa, começa a curtir as mesmas coisas e fazer de tudo para ser notado, sem perceber o ídolo que isso se tornou em seu coração. Muitos lugares apresentam isto de forma saudável, porém, se isso anula sua essência, seu relacionamento com Deus e fere as pessoas ao seu redor, é importante repensar se isto glorifica a Deus ou se é algo enganoso, onde nem a própria pessoa sabe de seus sentimentos, ou que ao saber, poderá te causar defraudação. Situações como pedir um empréstimo por causa de consumo compulsivo ou até ter amigos para ter algo em troca pode ser extremamente perigoso, levando em conta que pode ser um alimento para seu ego, e não a sua alma. Em Tiago 1:13:14 deixa claro como o homem é tentado pela sua própria cobiça, e o único meio de se chegar a tal pecado, é gerando situações que levem a isso. Se você sabe que pode evitar pecar, ainda que em atitudes sutis, seja prudente, pois o único a ser julgado por isso, é você mesmo.

  • Deboche/ofensas:

Apesar de parecer sutil, os deboches são o método mais comum usado nas igrejas para irmãos ofenderem outros irmãos sem “pecar”. Infelizmente isso tem sido um veneno cada vez mais comum nas igrejas, e que tem ferido a comunhão com o corpo simplesmente pela falta de prudência no falar. As ofensas, muito comum em debates em redes sociais, tem sido um problema comum para cristãos e não cristãos, já que nem sempre há pessoas monitorando nossas palavras em postagens ou comentários de diferentes páginas. Isso é muito triste, pois perdemos a noção do quanto ofendemos e do quanto nos desgastados emocionalmente em ambos os casos. Em Tito 3:2 diz “não caluniem a ninguém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens.” – e isto nos deixa claro o quanto tomar cuidado com qual mensagem queremos passar é algo muito sério.

Seja no dia a dia, nas redes sociais, na igreja ou com os amigos, avaliar nossas intenções é algo que faz parte da caminhada cristã, afinal, se somos capazes de trabalhar o coração muito antes de falar ou agir, evitamos muitos males, aprendemos de forma sábia e ainda, mostramos mais de Cristo ao próximo. Lembre que assim como o amigo da história inicial, Cristo é nosso amigo e sabe as verdadeiras intenções de nosso coração, lembre-se disso sempre que for agir e busque prudência.

Que nossas atitudes possam refletir a presença de Jesus em nossas vidas, e sejamos cuidadosos com o próximo e com nós mesmos, avaliando nosso coração, evitando a enganação da nossa natureza pecaminosa e lembrando que o Senhor está atento a como lidamos com nossas tentações e desafios.

Que Deus te abençoe 🙂

Não seja o dono da hospedaria

Hei! Como estão? Espero que não muito cansadas com a correia de final do ano 😀 Vamos continuar com nossa devocional! Uma das pessoas que fizeram parte da história de Jesus, mas não é muito comentado é o dono da hospedaria. Fico imaginando qual foi a reação dele ao ver Maria com seu barrigão, cansada, na porta da sua hospedaria… será que ele sentiu pena ou foi meio indiferente? Será que ele imaginou que o Salvador estava pra chegar? Creio que houve algum tipo de empatia, afinal ele ofereceu o estabulo para ficarem! Todos os outros donos de hospedaria já haviam enxotado eles, falando ‘Não há lugar para vocês’. Mas houve uma alma bondosa, ou o mais ou menos isso… pelo menos Jesus não nasceu num beco qualquer!
Mas fazendo um paralelo com nossa vida, quantas vezes não falamos pra Jesus ‘Não há lugar’?
Não estou falando de aceitá-lo como seu Senhor e Salvador! Vai além disso! Quantas vezes não falamos ‘não há lugar’ dentro de um “cantinho escuro” em nosso coração? Sabe aquele pecadinho de estimação que você cuida e alimenta? Sabe a cama que deu para esse pecado? Quantas vezes você já não falou pra Jesus ‘não há lugar em cima dessa cama quem dei ao meu pecado’? A Bíblia é muito clara em relação a isso:

“Façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês” (Colossenses 3.5)

O pecado faz parte da natureza terrena, e nós não somos desse mundo!
Não sejamos iguais aos donos da hospedaria dizendo ‘Não há lugar’, vamos falar juntas ‘Entre Jesus, derrube tudo o que tem que derrubar e faz novo!’.
Que a oração do salmista também possa ser a nossa:

“Dirige os meus passos, conforme a tua palavra; não permitas que nenhum pecado me domine.” (Salmos 119:133)

Por vezes deixamos só a estrebaria do nosso coração disponível para Jesus morar, mas na verdade devemos reservar a Ele todos o nosso coração!

Por que não nomeamos nossos pecados?

Mulher sentada na grama, apoiando um caderno nos joelhos dobrados, escrevendo
Mulher sentada na grama, apoiando um caderno nos joelhos dobrados, escrevendo

Há algum tempo eu estava na Escola Bíblica Dominical na minha Igreja e nosso pastor disse a seguinte frase (que segundo ele havia encontrado durante a leitura de um livro):

– Você adulteraria aos pés da Cruz? 

Naquele momento eu estava concentrada ouvindo e olhando para minha Bíblia, mas rapidamente levantei os olhos em direção a ele com MUITO espanto. Meu coração simplesmente estremeceu. E ele continuou: “Você mentiria aos pés da Cruz? Você furtaria algo enquanto o sangue de Cristo está sendo derramado por você?”

Fiquei perplexa ao perceber a profundidade do que estávamos tratando ali e meu coração se encheu de temor. Pensar em fazer qualquer coisa errada ali em frente ao Filho de Deus sendo sacrificado por nós, não soa como uma terrível afronta a tudo o que Ele é, tudo o que Ele representa e tudo o que Ele fez por nós? Mas por que em nossa caminhada cristã tratamos muitas vezes o pecado como se fosse uma brincadeira?

Nós nos conhecemos e sabemos aquilo em que mais temos dificuldade. Flertamos com o pecado pensando que somos capazes de vence-lo sozinho. Contamos “pequenas mentiras” pensando que “não tem problema se não vai fazer mal a ninguém”. Nossos pensamos impuros e cheios de julgamento acerca de nossos familiares, amigos ou irmãos da igreja, consideramos apenas como “percepções que tenho de alguma situação”.

Em Hebreus 4:13 diz que: “…não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas”. Somos um constante flagrante diante do nosso Deus. Ele esquadrinha nosso coração e sabe cada erro que nós cometemos. Mas precisamos dar nome aos nossos erros. Mentira, fornicação, egoísmo, gula, ciúmes, raiva, fofoca. Tendo consciência de onde estamos falhando poderemos então clamar pela misericórdia do Senhor, para que através do Espirito Santo, Ele nos santifique e nos capacite a não cometer mais essas afrontas, esses pecados.

“Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: “Confessarei as minhas transgressões”, ao Senhor, e tu perdoaste a culpa do meu pecado. ” Salmos 32:5

“Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia. ” Provérbios 28:13

Tratamos um pouco sobre isso nesse ano aqui, quando falamos sobre dores e doenças que muitas vezes Deus escolhe não curar, e tudo o que fazemos muitas vezes é reclamar e se revoltar contra Ele:

Uma imagem se formou em minha mente ao me visualizar diante da cruz do meu Salvador, agonizando, enquanto eu o afrontava por não ter parado a minha dor de cabeça. As implicações absurdas dessa visualização derreteram meu coração com um doce arrependimento e uma profunda gratidão. Percebi que eu certamente era capaz de atos tão maliciosos, egoístas e imaturos, e, no entanto, nada do que eu pudesse fazer jamais me afastaria do amor de Jesus Cristo. Além disso, Cristo não somente morreu a minha morte, como também viveu de modo perfeito por mim, sofrendo com as doenças e dores de um ser humano, existindo em um corpo limitado, sem murmurar contra Deus ou acusá-lo e sem pecar de qualquer outra forma. Então, ele apagou meu histórico de ressentimento e ira e me deu a sua justiça.

Que a cada dia possamos ter mais consciência do nosso pecado, e do quanto precisamos do nosso Salvador para nos lavar e purificar.