Resoluções para o Novo Ano

vela sparkle nas mãos de uma mulher
vela sparkle nas mãos de uma mulher

É possível que você já tenha lido frases como “Entrar em um novo ano não muda nada, se você não mudar, se você não perseguir seus objetivos”. O que em partes é verdade não é mesmo? As transformações em nossa vida vem através de tomadas de decisões, mudanças de atitudes e novos caminhos traçados.

Porém, nós somos seres cíclicos, Deus nos fez assim. Ele instituiu a divisão do dia e da noite, para que fossemos seres organizados.

Disse Deus: “Haja luminares no firmamento do céu para separar o dia da noite. Sirvam eles de sinais para marcar estações, dias e anos. Gênesis 1:14

Você já parou pra pensar que cada novo dia, e cado novo ano é uma nova chance? É uma dádiva para que possamos recomeçar de onde paramos. Depois de uma noite longa de dor, vem o amanhecer. Depois de um dia de sol calorento e cansativo vem a brisa da tarde, e um tempo para descansar e recobrar as forças. Depois de um ano de lutas contra o pecado, nos é dado uma nova oportunidade.

Talvez você esteja adentrando ao novo ano, triste pelo seu fracasso no ano que findou. Aqueles livros que você prometeu ler e não leu, seu plano de leitura bíblica que ficou de lado, e aquele pecado que persiste em estar presente. Talvez você já tenha desistido de ser uma boa filha, uma boa namorada, uma boa serva para a comunidade e sinta que Deus está descontente com suas atitudes. Você se lembra quando era criança e fazia algo de errado? Talvez nossa maior tristeza era o olhar de reprovação e de ira de nossos pais, ao invés dos sorrisos e brincadeiras. Não víamos a hora de tudo aquilo acabar para receber de novo aqueles sorrisos de aprovação, e saber que eramos amados apesar de nossas travessuras.

Porém o que precisamos entender, é que nosso Pai celestial está sempre satisfeito conosco. Não através de nossas próprias ações, mas por causa da perfeita obediência de Cristo em nosso lugar. Algumas pessoas podem chamar essa frustração por causa de nossas atitudes de recaída, mas Deus está na verdade, nos guiando através de nossa caminhada com Cristo, para nosso próprio bem e para sua glória. Ele quer que a cada dia nós descubramos a nossa própria fraqueza, para que entendamos nossa necessidade da justiça de Cristo.

Com amor, Deus irá esmagar nosso crescente orgulho espiritual, e nos guiará a uma compreensão mais profunda e rica da aliança da graça.

Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. 2 Coríntios 12:9

Portanto, que haja gratidão em nosso coração, pelo novo ano que se inicia. Por podermos mais uma vez fazer planos, querer mudar, e tentar novamente. Que a graça de Deus inunde nosso coração, sabendo que a Cruz de Cristo nos capacitará a cumprir os mandamentos de nosso Senhor. Que nossas fraquezas e fracassos nos deem a cada dia uma visão dAquele que já fez tudo por nós.

Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. 1 Coríntios 15:57

 
Baseado no livro “Graça Extravagante” de Bárbara R. Duguid, publicado pela Editora Fiel. Link para comprar aqui.

Transbordando de gratidão

abobora e giraçois no prato, na parede escrito dê graças em inglês
abobora e giraçois no prato, na parede escrito dê graças em inglês

“Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele,
enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão.”
(Colossenses 2:6,7)

Na carta de Paulo aos Colossenses, ele lembra aos crentes que sua fé deve ser profundamente enraizada em Cristo e caracterizada por uma abundância de ação de graças. Algumas das versões mais recentes da Bíblia usam as palavras “transbordando de gratidão” para descrever essa abundância. Que maravilhoso conceito e imagem!

“Um coração agradecido é um coração feliz.” Eu acredito que, porque cada vez que paro e encontro o bem em uma situação e agradeço, isso reduz o estresse e me traz alegria de uma maneira ou de outra. Praticar gratidão é uma ótima maneira de melhorar a sua qualidade de vida, porque tem benefícios de saúde tremendos.

Eu admito que às vezes é difícil encontrar algo para agradecer. Dificuldades e tribulações são pesados ​​e os sentimentos de escuridão podem surgir, mas pedir a Deus para ajudá-lo a ver Sua mão de bênção em todas as circunstâncias lhe dará uma nova perspectiva. Há sempre algo para o qual podemos agradecer. Sempre! Nós apenas precisamos fazer um esforço para procurá-lo.

Se você está tendo problemas para encontrar algo positivo em sua situação difícil, volte para as promessas de Deus. Ao analisá-los, você encontrará essa jóia escondida para a qual você pode agradecer ao Senhor. Se nada mais, o próprio fato de que o Senhor prometeu: “Nunca te deixarei, jamais te abandonarei” é suficiente para produzir gratidão profunda em qualquer circunstância.

Eles dizem que leva 21 dias para se tornar um hábito se é um bom hábito ou um mau. De qualquer forma, é necessário um esforço intencional da nossa parte para que isso aconteça. Se você realmente deseja tornar a gratidão um hábito, defina um alarme para sair todas as horas. Quando parecer o melhor momento, pare exatamente onde você está e olhe ao seu redor. Pergunte-se quais são as bênçãos que você vê nesse momento. Então, levante seu coração graças a Deus. Se você estiver em um lugar onde é possível, dê seu louvor em voz alta. É ótimo pensar não só, mas ouvir sua própria voz dizendo isso.
Um coração que está transbordando de gratidão é uma coisa linda e um testemunho ao mundo ao seu redor.

“Se você nunca aprende a linguagem de gratidão, nunca estará falando em termos de felicidade”. (Desconhecido)

Por Ann Shorb

Retirado e traduzido de CCES.

Gratidão

No último final de semana tive a oportunidade de ajudar em um acampamento que é totalmente voltado para os deficientes físicos. Pessoas cegas, com paralisia infantil, paralisia cerebral, amputadas, má formação, microcefalia, paraplégicas, tetraplégicas, surdas, dentre tantas outras coisas.

Apesar disso, são pessoas com sonhos como eu e você! Um deles, cadeirante e cego, vai todo dia para a faculdade e sua mãe o acompanha para ajudá-lo a entrar e sair do ônibus (que não é adaptado) e em tantas outras atividades que ele precisa de auxílio; uma garota que teve paralisia cerebral e faz magistério e sonha em ser professora de crianças; pessoas que sonham em casar e ter filhos; sonham em aprender a ler; um pai cujo o único desejo é ter saúde para cuidar do filho com paralisia cerebral; pessoas que desejam ter um pingo de dignidade, pois muitas vezes nem isso recebem. Alguns já casaram, trabalham, são formados, mas também tem aqueles que ficam o dia inteiro trancados em um quarto porque a única pessoa que cuida dela tem que trabalhar o dia inteiro.

Mas uma coisa ninguém tira deles: a alegria de viver! Pensa numa galera alegre, que brinca com a própria deficiência e que não tem tempo ruim! Admiro muito eles!

E isso me levou a pensar sobre algumas coisas…

Quantas vezes não reclamamos por causa da faculdade que está puxada, do emprego que está ruim ou que nunca chega, das milhões de atividades às quais nos submetemos, dos problemas que enfrentamos; reclamamos de coisas tão pequenas e insignificantes enquanto outras pessoas com a vida beeeeem mais difícil estão alegres e regozijantes…

Outra coisa que me impacta muito quando vou para lá é ver o quão agradecidos são porque tem pessoas que viajam longas horas e que se importam com eles, que param para escutar suas histórias, que servem um prato simples de comida, que dão comida na boca ou dão um banho quando necessário, ou quando simplesmente recebem um sorriso sincero.

Que possamos, a começar em mim, ser mais agradecidos com o que temos, que possamos reclamar menos e aproveitar mais a vida! O tempo passa rápido! Que possamos oferecer um ombro amigo a quem precisa, quem quer que seja, dia a dia, e não só os dias que nós estamos bem.

Que possamos brilhar a luz de Cristo por onde passarmos.

“Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo”. (1 Coríntios 11:1)

“Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados, e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus”. (Efésios 5:1,2)

“Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus”.
(1 Tessalonicenses 5:18)

 

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Alegrai-vos no Senhor!

Um dos livros da Bíblia que mais gosto é a carta de Paulo aos Filipenses, em especial dos versos o Filipenses 4: 4-13. A carta de Paulo aos filipenses é conhecida como carta da alegria, uma vez que essa palavra é usada diversas vezes ao longo da carta. Quando a escreve, Paulo está preso e agradece a igreja de Filipos pela ajuda e atenção que eles têm dado a ele, exortando-os a perseverar vivendo no amor evangélico. Foi uma das últimas cartas que escreveu e a essa altura da vida já havia passado por diversas situações, como pode ser visto no versículo 12 do capítulo 4: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade”. Ano passado tive a oportunidade de ler a Bíblia em ordem cronológica e pude perceber o quanto realmente estava envolvido na sentença ‘em toda e qualquer situação’, pois quando escreveu essas palavras Paulo já havia sofrido muito mesmo: teve de descer em um cesto para fugir de uma prisão arbitrária (2 Coríntios 11:32-33); foi expulso de Antioquía pelos poderosos da cidade (Atos 13:50-51); foi apedrejado quase até a morte em Listra (Atos 14:19); na Macedônia foi açoitado, preso e amarrado com os pés em um tronco (Atos 16:23-24); foi perseguido pelos judeus de Tessalônica porque pregou em Bereia (Atos 17:13-14); ficou em meio a uma grande confusão na cidade por pregar contra outros deuses em Éfeso (Atos 19:23-26); é acusado injustamente de ter levado um grego ao templo em Jerusalém e, por isso, é perseguido e quase é morto novamente (Atos 21:27-31); sofre um naufrágio em Mileto quando é preso e enviado a Roma (Atos 27:13-20); é picado por uma cobra venenosa na ilha de Malta (Atos 28:3); teve que suportar um espinho na carne (2 Coríntios 12:7). Mas voltemos à carta aos Filipenses. Nos primeiros três capítulos Paulo escreve diversas exortações, tais como a importância da união, a mente de Cristo, a importância de não confiar na carne. Mas no capítulo 4 Paulo enfatiza a importância da paz e da alegria. No verso 4 e 10 enfatiza a alegria, no 6 diz que não devemos ficar ansiosos, no 7 que a paz de Deus estará conosco, no 8 e 9 diz as coisas que devem ocupar nossa mente, e nos versos 11 a 13 diz que pode viver em toda e qualquer situação. Podemos perceber que ele enfatiza nesses versos devemos depender totalmente de Deus! E isso não vem que qualquer pessoa, vem de Paulo que já havia sofrido provavelmente mais do que qualquer pessoa nesse mundo, e mesmo assim não reclamava, mesmo assim ainda diz “tudo posso naquele que me fortalece” com paz e alegria no coração. Se vivêssemos mais de acordo com o verso 8, ocupando o nosso pensamento com “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama” não perderíamos a paz, não andaríamos ansiosos, não pecaríamos sempre no mesmo ponto. Que possamos cada dia ser mais como Paulo, andando em paz e alegria, confiando que Deus sempre fará o melhor, mesmo quando não entendemos o que Deus quer de nós. Que os versos 4, 6 e 7 possam sempre vir a nossa mente quando o coração quiser se inquietar: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, alegrai-vos. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.

De repente quinze: quando me vi sozinha

15 de junho. Roberta mal acreditava, era seu aniversário. Pulou da cama assim que acordou e já começou tagarelar pela casa, acordando toda família. A garota estava muito entusiasmada, afinal, sua grande festa seria à noite, e ela estava planejando tudo há meses!
Nada poderia dar errado, sua festa seria lembrada como a melhor da cidade e ela seria reconhecida e amada por todos. E que garota, aos 15 anos, não gostaria disso tudo? Roberta com certeza gostaria.

LEMBRANÇAS DOCES vs REALIDADE AMARGA

Quando a noite chegou, tudo saiu perfeitamente como planejado. A festa foi um tremendo sucesso, todos amaram a comida, a música, a decoração, a valsa, tudo! Suas amigas ficaram morrendo de inveja. Os presentes foram os melhores possíveis. Tudo ficou maravilhosamente guardado na memória de cada convidado. Principalmente na memória de Roberta. Entretanto, conforme os dias passavam, coisas novas surgiam, outras festas aconteciam, enfim, o mundo continuava girando, mas não em torno de Roberta. De repente ela se viu sozinha. Ninguém mais comentava sobre sua festa, nem dizia o quanto ela era uma menina legal, muito menos tentavam ser seus amigos. Deitada em sua cama, Roberta pensava em mil possibilidades de ter caído no esquecimento. Até mesmo questionava-se se a festa havia sido realmente boa, mas sempre concluía que sim. Então, o que aconteceu para todos a esquecerem de repente?

A MELHOR LEMBRANÇA QUE PODEMOS DEIXAR 

Um mês havia se passado e a garota ainda sentia-se angustiada e sozinha. Foi quando, durante uma pregação, em um domingo chuvoso, ouviu a seguinte frase: “A melhor lembrança que podemos deixar para as pessoas é o que temos de melhor: Cristo.”
“Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.” 2 Coríntios 4 :5

 O QUE VOCÊ TEM DE MELHOR?

Roberta finalmente percebeu o quanto suas intenções estavam erradas. Ela entendeu que era uma pecadora e não possuía nada de bom, até que Cristo a resgatou e se tornou a melhor parte de sua vida. É somente Ele que ela deve mostrar para as pessoas. É somente Ele que merece ser glorificado. Somente Ele é lembrado, mesmo que passem os céus e a terra. A alegria que a garota sentiu ao descobrir que a melhor coisa que possuía era Cristo foi indescritível, não porque ela queria ser reconhecida por isso, mas porque havia entendido que o ato de sacrifício que Jesus fez por ela ninguém mais faria. Deus a viu com misericórdia e, mesmo sendo pecadora, decidiu resgatá-la. Ela não precisava do reconhecimento de nenhuma outra pessoa. Saber que Deus a separou para Ele, a enchia de gratidão. E era isso que ela queria mostrar às outras pessoas.
“8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2: 8 e 9
Ela decidiu viver para mostrar Cristo, não em festas populares, não para ser o centro das atenções, até porque sabia o preço que um verdadeiro cristão paga, mas por querer servir a Deus e tentar ao máximo, mesmo que nunca fosse conseguir totalmente, retribuir tão grande amor que recebeu por meio da morte e ressurreição de Jesus.

TORNANDO ISSO PESSOAL…

  • Desafio você a focar os olhos em Cristo e direcionar os olhares das outras pessoas a Ele.
  • Se Deus decidiu ter misericórdia de você, mesmo sem merecer, viva com gratidão, glorifique somente a Ele.
  • Não queira ser o centro das atenções, faça da sua vida uma ferramenta para mostrar o melhor que você tem: Cristo!

Mas eu queria tanto olhos azuis

Foto de olho castanho claro. Cílios com máscara
Foto de olho castanho claro. Cílios com máscara

Amy Carmichael nasceu uma semana antes do Natal de 1867, na Irlanda do Norte. Era a mais velha de sete irmãos. A casa da família era em estilo antigo e ficava perto do mar. No quarto onde as crianças dormiam, havia uma lareira enorme. À noite, o vento fazia um barulho na chaminé, que parecia o uivar de animais.

Amy gostava das cores e dos ruídos do mar, mas o que ela mais gostava era da cor azul. Sua mãe tinha os olhos de um azul profundo, e Amy começou então a desejar ter olhos azuis. Os seus eram castanhos. Olhos cheios de vida, que não perdiam nada. Mas, eram castanhos…

A pequena Amy sempre tinha ouvido falar sobre o Filho de Deus, o Senhor Jesus, e Seu amor por ela. Sabia que Ele viera do céu à terra para morrer numa cruz por seus pecados e que Ele havia ressuscitado dos mortos. Amy ouvia isto a cada domingo, na igreja e também em sua própria casa, onde todas as noites havia culto doméstico, ocasião em que a família reunia-se para orar e ler a Bíblia.

“Deus responde as orações.” Muitas vezes Amy tinha ouvido dizer isto. 

Deus sempre respondia as orações.

Pensando assim, Amy orou para que seus olhos se tornassem azuis; isto aconteceu quando ela tinha apenas três anos de idade. O pedido foi feito em uma noite antes de deitar-se. Ela não duvidou nem um pouquinho que o Senhor a responderia. “Deus sempre responde as orações” – as palavras de sua mãe soavam ainda em seus ouvidos, dando-lhe toda a certeza. E assim, cheia de esperanças, pegou no sono.

De manhã, feliz como um passarinho, pulou da cama. Correu para uma cadeira de encosto alto e empurrou-a até uma cômoda, onde estava um espelho. Vestidinha ainda com suas roupas de dormir, trepou na cadeira e agarrou o espelho.

Olhos azuis?! Não! Era o mesmo par de olhos castanhos que, agora tristonhos, refletiam-se no espelho. Não havia acontecido nada. Deus não respondera a sua oração. Tinha orado, fora tão boazinha, crera em Deus e, assim mesmo, Ele não a respondera… Por quê?

Enquanto ela debruçava-se sobre a cômoda, lutando para não chorar, algo muito importante aconteceu. Ela entendeu claramente o Senhor dizer: “A resposta é Não”.

Deus a estava guiando, mesmo sendo muito pequena. Ele tinha um plano para a sua vida. Confiar nEle era uma coisa que Deus estava querendo que Amy aprendesse. Ele ia cuidar dela, mesmo quando ela não pudesse entender bem o Seu modo de responder as orações.

Quando Amy cresceu, ela viajou para a Índia como missionária. Logo que chegou àquele país, ficou ansiosa para aprender a língua indiana e assim poder falar às pessoas sobre o Deus vivo que dera o Seu Filho para morrer numa cruz, por amor a elas. Era-lhe difícil o aprendizado da língua, mas o pior de tudo era tentar entender os costumes do povo indiano.

Muitas vezes Amy desejou caminhar entre o povo nas feiras, sem ser observada por ele, ou entrar em um dos grandes templos de pedra. Desejava conhecer de perto a vida religiosa da Índia.

O templo? Sim, o templo; este lhe parecia o lugar certo para conhecer, em todos os detalhes a religião indiana, que regia tão fortemente a vida do povo.

Mas, como entrar lá? Era expressamente proibida a entrada de qualquer estrangeiro no templo.

Mesmo sabendo desta proibição, Amy desejava ardentemente visitar um dos templos, que a seu ver assemelhavam-se a fortalezas, dada a espessura das paredes e portas.

“Que tipo de deus eles cultuam? Como é feita a adoração?” interrogava-se ela.

De fato, a Índia era um país cheio de mistérios, mas Amy resolveu descobrir alguns deles. Ela tinha absoluta certeza em seu coração que o Senhor Deus lhe mostraria um meio para falar-lhes destas verdades.

Após várias experiências visando disfarçar a sua pele branca, Amy descobriu que o café deixava o seu rosto e braços do mesmo tom marrom-suave das mulheres indianas. Para completar o disfarce, vestiu algumas roupas indianas – um “seelie”, uma longa túnica branca de mangas curtas, e um “sari”, que cobria a cabeça e cujas pontas ficavam presas debaixo do braço.

Seus amigos missionários, ao verem-na vestida à indiana, disseram: “É, você parece mesmo uma indiana. É um ótimo disfarce”.

Amy sorriu. Será que seu plano ousado funcionaria? Certamente ninguém iria olhar duas vezes para uma mulher de pele morena, vestida à indiana, pensou.

“A sorte é que você tem os olhos castanhos e não azuis”, falou uma amiga. “Senão, você nunca se passaria por uma mulher indiana.”

Olhos azuis? Repentinamente, Amy se lembrou da sua decepção quando criança. As lembranças ainda estavam bem vivas em sua mente, como se os fatos tivessem acontecido há poucos dias. Lembrou-se da maneira clara como Deus lhe havia dito “não”. Agora ela entendia perfeitamente porque seus olhos eram castanhos: ela iria precisar de olhos castanhos para o seu disfarce. De fato, Deus tinha dado a melhor resposta.

A história conta que disfarçada, Amy conseguiu descobrir o que ocorria dentro dos templos indianos. Crianças eram levadas para lá para serem aproveitadas pelos velhos sacerdotes. Os próprios pais vendiam seus filhos para servirem no templo. Foi então que Deus colocou no coração de Amy, comprar essas crianças para Deus. Antes delas serem vendidas para o templo, Amy as comprava, e as levava para sua casa, onde podia cuidar delas, e lhes falar sobre Jesus, e seu grande amor por cada uma delas.

Muitas vezes não entendemos os “não” de Deus. Como crianças que não entendem que a dor da injeção no final se tornará em cura, nós ficamos indignados quando Deus diz “não”, ou quando nos coloca em situações difíceis. Mas devemos descansar nEle, e saber que ele prepara cada detalhe de nossas vidas, e em tudo Ele tem um plano. Talvez esses sejam os momentos em que devemos aquietar, e deixar Ele trabalhar.

“Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus…”  Salmo 46:10

Esta história é baseada em fatos reais e foi retirada do livro “Comprando Crianças para Deus”, publicado pela APEC.

Por: Débora Soutto